Fui
conhecer a saúde no campo aqui em cuba e mais uma vez fiquei impressionado!
Aqui existem consultórios de família espalhados pelas áreas mais longínquas do
país. Fui a uma região montanhosa cerca de uma hora e meia de havana e com um
acesso até difícil. Se em Havana, cada consultório da família ficam com 1.500
pessoas no máximo (comparado com os números do Brasil, esse contingente de população adscrita é um paraíso), no
contexto do campo as equipes ficam com menos pessoas ainda para dar assistência
e fazer promoção de saúde com qualidade. Em uma mesma montanha fomos a dois
consultórios de família com equipe completa e um policlínico de retaguarda.
Diferentemente do Brasil, em que a zona rural é bem desassistida de serviços de
saúde e de profissionais, aqui há uma quantidade até razoável de profissionais
por pessoa. Uma coisa muito interessante é que os médicos e enfermeiras de família
moram na comunidade, mais especificamente em cima do consultório em uma espécie
de duplex (com uma estrutura digna dentro das possibilidades do país) e
conhecem todo mundo, caso a caso e todo mundo respeita a equipe pela forma como
a equipe trata a população, ou seja com muito respeito e cooperação. Isso a
gente perguntou para várias pessoas (profissionais de saúde e população). Os
consultórios eram bem simples, com instrumental simples, esterilizador bem
antigo, enfim tirei mil fotos para que eu pudesse entender que de verdade não
se precisa mesmo de tecnologias ultra high power para se fazer saúde com
qualidade na atenção primária. No entanto, mais um “tapa na cara” que levei
estava em um papel branco na parede também muito simples: os indicadores de
saúde alcançados por aquele simples consultório. Indicadores impressionantes de
controle da mortalidade infantil, cuidado e acompanhamento das grávidas,
acompanhamento das crianças, dos idosos e acompanhamento muito atento de
diabéticos hipertensos e pessoas com questões de saúde mental no território.
Depois eu vi onde se gasta muito aqui em cuba: na excelente formação daqueles profissionais
que estavam mostrando as coisas que eles fazem de forma tão natural e a gente
fica com cara de bobo vendo a potencia deste sistema de saúde. Isso no contexto
rural viu, em zonas afastadas e com dificuldades de recursos. Voltei pra havana
com mais aprendizados...
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