Diários de Cuba

Diários de Cuba

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Conheça Cuba por seus eventos Científicos: VIII Encuentro Internacional de Estudiantes de Psicología

Segue a convocatória de um evento interessante de Psicologia que ocorrerá em Cuba no mês de outubro de 2014:




La Facultad de Psicología de la Universidad de la Habana convoca a estudiantes de psicología y de ramas afines para participar en el VIII Encuentro Internacional de Estudiantes de Psicología, evento internacional a celebrarse en La Habana del 27 al 31 de octubre de 2014. El debate sobre la formación académica, la investigación y la práctica pre y profesional constituyen ejes fundamentales de estos encuentros. Se pretende dar continuidad a un espacio abierto a la reflexión sobre nuestra ciencia y su contribución a la salud y al bienestar humano, a una mejor calidad de vida y a la búsqueda de un mundo mejor en su diversidad.

Maiores informações no site: http://www.psicoencuentro.uh.cu/

Bom evento aos interessados!

sábado, 24 de maio de 2014

Dois médicos norte-americanos avaliam o sistema de saúde de Cuba

Reproduzo aqui a reportagem do blog brasileiro Viomundo: o que você não vê na mídia. Este blog é coordenado pelo jornalista brasileiro Luiz Carlos Azenha (Repórter da TV Record desde outubro de 2008, Luiz Carlos Azenha também é editor deste blog, um espaço dos movimentos sociais e de contraponto à mídia tradicional). O artigo, publicado originalmente em janeiro de 2013 no The New England Journal of Medicine, em questão foi elaborado por dois médicos dos Estados Unidos da América, depois de uma visita à Cuba. 

Eles apresentam um ponto de vista interessante, com suas críticas, ao Sistema Nacional de Saúde de Cuba e à diversos aspectos da sociedade cubana. Mais um ponto de vista, elaborado por profissionais da Medicina do país que mais nega assistência aos seus cidadãos: os Estados Unidos da América. Segue o texto e as imagens, espero que gostem e tirem suas próprias conclusões.

Dois médicos norte-americanos avaliam o sistema de saúde de Cuba

publicado em 30 de junho de 2013 às 23:31


Um Modelo Diferente – Atenção Médica em Cuba

Edward W. Campion, M.D., and Stephen Morrissey, Ph.D.


Para um visitante dos Estados Unidos, Cuba desorienta. Automóveis norte-americanos estão em todo lugar, mas todos datam dos anos 50. Nossos cartões bancários, cartões de crédito e telefones inteligentes não funcionam. O acesso à internet é praticamente inexistente. E o sistema de saúde também parece irreal. Há médicos demais.

Todo mundo tem um médico da família. Tudo é de graça, totalmente de graça — e não precisa de aprovação prévia ou de algum tipo de pagamento. Todo o sistema parece de cabeça para baixo. É tudo muito organizado e a prioridade absoluta é a prevenção. Embora Cuba tenha recursos econômicos limitados, seu sistema de saúde resolveu alguns problemas que o nosso [dos Estados Unidos] ainda nem enfrentou.
Médicos de família, junto com enfermeiras e outros profissionais de saúde, são os responsáveis por dar atendimento primário e serviços preventivos para seu grupo de pacientes — cerca de mil pacientes por médico em áreas urbanas.

Todo o cuidado é organizado no plano local e os pacientes e seus profissionais de saúde geralmente vivem na mesma comunidade. Os dados médicos em fichas de papel são simples e escritos à mão, parecidos com os que eram usados nos Estados Unidos 50 anos atrás. Mas o sistema é surpreendentemente rico em informação e focado na saúde da população.

Todos os pacientes são categorizados de acordo com o nível de risco de saúde, de I a IV. Fumantes, por exemplo, estão na categoria de risco II, e pacientes com doença pulmonar crônica, mas estável, ficam na categoria III.

As clínicas comunitárias informam regularmente ao distrito sobre quantos pacientes tem em cada categoria de risco e sobre o número de pacientes com doenças como a hipertensão (bem controlada ou não), diabetes, asma, assim como sobre o status de imunização, data do último teste de Papanicolau e casos de gravidez/cuidado pré-natal.

Todo paciente é visitado em casa uma vez por ano e aqueles com doenças crônicas recebem visitas mais frequentes. Quando necessário, os pacientes podem ser direcionados a policlínicas distritais para avaliação de especialistas, mas eles retornam para as equipes comunitárias para acompanhamento. Por exemplo, a equipe local é responsável por garantir que o paciente com tuberculose siga as recomendações sobre o regime antimicrobial e que faça os exames.

Visitas em casa e conversas com familiares são táticas comuns para fazer com que os pacientes sigam as recomendações médicas, não abandonem o tratamento e mesmo para evitar gravidez indesejada. Numa tentativa de evitar infecções como a dengue, a equipe de saúde local visita as casas para fazer inspeções e ensinar as pessoas sobre como se livrar da água parada.

Este sistema altamente estruturado, orientado para a prevenção, produziu resultados positivos. As taxas de vacinação de Cuba estão entre as mais altas do mundo.
A expectativa de vida de 78 anos de idade é virtualmente idêntica à dos Estados Unidos. A taxa de mortalidade infantil em Cuba caiu de 80 por mil nos anos 50 para menos de 5 por mil — menor que nos Estados Unidos, embora a taxa de mortalidade materna esteja bem acima daquela dos países desenvolvidos e na média para os países do Caribe.

Sem dúvida, os resultados são consequência de melhorias em nutrição e educação, determinantes sociais básicos para a saúde pública. A taxa de alfabetização de Cuba é de 99% e o ensino sobre saúde é parte do currículo obrigatório das escolas. Um recente programa nacional para promover a aceitação de homens que fazem sexo com homens foi desenhado para reduzir as taxas de doenças sexualmente transmissíveis e aumentar a aceitação e adesão aos tratamentos.

Os cigarros já não são oferecidos na cesta básica mensal e o número de fumantes decresceu, embora as equipes médicas locais digam que continua difícil convencer fumantes a deixar o vício. Os contraceptivos são gratuitos e fortemente encorajados. O aborto é legal, mas considerado um fracasso do trabalho de prevenção.

Não se deve romantizar o sistema de saúde cubano. O sistema não é desenhado para escolha do consumidor ou iniciativas individuais. Não existe sistema de saúde privado pago como alternativa. Os médicos recebem benefícios do governo como moradia e alimentação, mas o salário é de apenas 20 dólares por mês. A educação é gratuita e eles são respeitados, mas é improvável que obtenham riqueza pessoal.

Cuba é um país em que 80% dos cidadãos trabalham para o governo e o governo é quem gerencia orçamentos. Nas clínicas de saúde comunitárias, placas informam aos pacientes quanto o sistema custa ao Estado, mas não há forças de mercado para promover eficiência.

Os recursos são limitados, como descobrimos ao ter contato com médicos e profissionais de saúde cubanos como parte de um grupo de editores-visitantes dos Estados Unidos. Um nefrologista de Cienfuegos, a 240 quilômetros de Havana, tem uma lista de 77 pacientes em diálise na província, o que em termos de população dá 40% da taxa dos Estados Unidos — similar ao que era nos Estados Unidos em 1985.

Um neurologista nos informou que seu hospital só recebeu um CT scanner doze anos atrás. Estudantes norte-americanos de universidades médicas cubanas dizem que o trabalho nas salas de cirurgia é rápido e eficiente, mas com pouca tecnologia. Acesso à informação via internet é mínimo. Um estudante informou que tem 30 minutos por semana de acesso discado.

Esta limitação, como muitas outras dificuldades de recursos que afetam o progresso, é atribuída ao embargo econômico dos Estados Unidos [imposto em 1960], mas podem existir outras forças no governo central trabalhando contra a comunicação fácil e rápida entre cubanos e os Estados Unidos.

Como resultado do estrito embargo econômico, Cuba desenvolveu sua própria indústria farmacêutica e agora fabrica a maior parte das drogas de sua farmacopeia básica, mas também alimenta uma indústria de exportação. Recursos foram investidos no desenvolvimento de expertise em biotecnologia, em busca de tornar Cuba competitiva no setor com os países avançados.

Existem jornais médicos acadêmicos em todas as especialidades e a liderança médica encoraja fortemente a pesquisa, a publicação e o fortalecimento de relações com outros países latino-americanos. As universidades médicas de Cuba, agora 22, continuam focadas em atendimento primário, com medicina familiar exigida como primeira residência de todos os formandos, embora Cuba já tenha hoje o dobro dos médicos per capita que os Estados Unidos.

Muitos dos médicos cubanos trabalham fora do país, como voluntários num programa de dois anos ou mais, pelo qual recebem compensação especial. Em 2008, havia 37 mil profissionais de saúde cubanos trabalhando em 70 paises do mundo. A maioria trabalha em áreas carentes, como parte da ajuda externa de Cuba, mas alguns estão em áreas mais desenvolvidas e seu trabalho traz benefício financeiro para o governo cubano (por exemplo, subsídios de petróleo da Venezuela).

Todo visitante pode ver que Cuba continua distante de ser um país desenvolvido em infraestrutura básica, como estradas, moradias e saneamento. Ainda assim, os cubanos começam a enfrentar os mesmos problemas de saúde de países desenvolvidos, com taxas crescentes de doenças coronárias, obesidade e uma população que envelhece (11,7% dos cubanos tem 65 anos de idade ou mais).

O seu incomum sistema de saúde enfrenta estes problemas com estratégias que evoluíram da peculiar história política e econômica de Cuba, um sistema que — com médicos para todos, foco em prevenção e atenção à saúde comunitária — pode informar progresso também para outros países.

Tradução Viomundo

Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/dois-medicos-norte-americanos-avaliam-o-sistema-de-saude-de-cuba.html


terça-feira, 13 de maio de 2014

Conheça o Sistema Único de Saúde de Forma Didática e Clara


Este vídeo foi produzido pelos estudantes do curso de graduação em licenciatura em Biologia da Universidade Federal de Goiás (Brasil) e explica de forma simples, objetiva e clara a que se propõe o Sistema Único de Saúde (SUS( do Brasil. Aproveitem!



quinta-feira, 8 de maio de 2014

Conheça Cuba por seus Referenciais: entrevista de Aleida Guevara ao documentarista estadunidense Michael Moore.





Parte 01 da entrevista



Esta importante entrevista de Aleida Guevara (filha de Ernesto CHE Guevara, médica e expoente da luta das mulheres em Cuba e em vários países) concedida ao documentarista estadunidense Michael Moore fez parte do documentário SICKO: SOS Saúde. Nestes vídeos, Aleida fala sobre o Sistema Nacional de Saúde de Cuba, sobre liberdade, sobre educação e sobre a proposta de sociedade de Cuba. Infelizmente não há legendas em Português, contudo, tanto Aleida quanto Michael Moore falam pausadamente e é possível compreender o espanhol e o inglês, mesmo que você não tenha muita familiaridade com os dois idiomas. Assistam e tirem suas próprias conclusões.




Parte 02 da entrevista

terça-feira, 6 de maio de 2014

Conheça Cuba e Viva Momentos Históricos: conversa com estudantes de medicina brasileiros em Cuba.




Talvez você, caro leitor do blog, não saiba, mas estas raras fotos são o registro mais lindo e importante de uma reunião que tivemos (o grupo de profissionais que foi a Cuba em 2013) com os estudantes do Brasil que cursam Medicina em Cuba. Esta reunião aconteceu de noite, depois de um dia intenso de visitas e trabalhos, na Escola Nacional de Saúde Pública de Cuba (ENSAP). Neste dia, trocamos muitas experiências e pudemos ter uma dimensão de viver em Cuba, de estudar em Cuba, de trabalhar em Cuba e de se afetar com Cuba por nossos compatriotas. Tivemos uma conversa muito honesta sobre os êxitos e as dificuldades do sistema de saúde de cuba e de seu projeto socialista. Neste dia, aprendi uma lição importantíssima de meus colegas brasileiros: conhecer Cuba e entender Cuba a partir de Cuba e do povo cubano. Nós e o mundo temos o hábito de ser árbitro de Cuba, de seu regime político, de seus valores, de seu projeto de sociedade e de tudo mais, porém esquecemos do básico: perguntar ao povo cubano se eles concordam com nossos julgamentos. 

Neste dia sai fortalecido, encantado (criticamente encantado) e certamento mais revolucionário. Sim, revolucionário, esta palavra que no Brasil parece boba e sem valor. Assim o parece em nosso país porque somos domesticados e ensinados a acreditar que não adianta questionar nada porque nada vai mudar. Assim disseram a todos os povos que vieram ao Brasil e nos fazem acreditar nisso até os dias de hoje. Cuba e meus colegas brasileiros que lá estudam, fizeram-me lembrar que nao precisamos e não podemos nos conformar. Precisamos estudar muito, pois a ignorância é arma e artifício dos dominadores e colonizadores. 

Neste sentido agradeço a todos os estudantes brasileiros em Cuba, agradeço aos meus colegas de turma que foram juntos comigo a este momento e principalmente agradeço por nos darem uma visão brasileira de como é viver e sentir Cuba. Vivência esta que recomendo a todos e todas!

domingo, 4 de maio de 2014

Conheça Cuba por Seus Momentos Históricos: a leitura pública da carta de despedida de Che Guevara por Fidel Castro

Este vídeo relata (com excelente áudio) a leitura da carta de despedida de Ernesto Guevara, o Che. Fidel Castro faz a leitura pública da exposição de motivos pelos quais Che Guevara estava deixando Cuba para dar sequencia ao projeto revolucionário de libertação da América Latina, seguindo para a Bolívia. Esta carta está talhada na pedra na cidade de Santa Clara (local onde também estão os restos mortais de Che) e que recomendo muito a visita caso você vá a Cuba. Apreciem a leitura da carta em idioma espanhol, mas está bem pausada a leitura por parte de Fidel Castro e é perfeitamente possível compreender.